quarta-feira, 11 de junho de 2014

Superintende do Incra de Marabá armou emboscada contra lideranças Sem Terra

Superintendente do Incra Eudério Coelho
por Márcio Zonta

O Pará pode estar prestes a viver mais um genocídio de camponeses nos próximos dias.
A afirmação de Eudério Coelho, superintendente do Incra de Marabá dizendo que não enfrentará o latifúndio na região é apenas um indício, entre muitos.

Ademais, segundo uma fonte, que prefere resguardar sua identidade, que vive os bastidores do Incra, Eudério teria feito tal afirmação por estarem na sala ao lado, da onde se reunia com líderes Sem Terra, os fazendeiros Rafael Saldanha de Camargo e Zé Iran, acompanhado de pistoleiros.

“Em certo momento da reunião com Eudério, entraram dois homens na sala, se dizendo repórter e fotógrafo, tiraram várias fotos e fizeram várias anotações e depois nos seguiram comunicando via celular nossa saída a alguém”, descreve Maria Raimunda do MST.

Um carro similar ao utilizado pelas lideranças Sem Terra para ida até o Incra, foi incendiado nas proximidades do acampamento por um grupo de homens armados horas depois.  

O ato inescrupuloso de Eldério, conforme observa os participantes da reunião foi “entregar de mão beijada, apresentar as lideranças do MST para os fazendeiros”, diz Maria.

Comboio de pistoleiros   

Prefeito de são Félix do Xingu
Outro integrante do MST no Estado no Pará, disse ter recebido um telefonema de uma pessoa ligada ao prefeito de São Felix do Xingu dizendo que o mesmo teria enviado mais cinqüenta pistoleiros para região próxima as fazendas ocupadas. 

Por mais que o município fique a 500 Km de Marabá, o prefeito João Cleber de Sousa Torres (PPS-PA) estaria preocupado, já que a ocupação das mil e duzentas famílias Sem Terra estragaria seus negócios de madeireiro.

Souza tem ligações econômicas com Rafael Saldanha, grileiro da fazenda Santa Tereza e Zé Iran, também proprietário ilegal da fazenda Cosipar.

Conforme revela um servidor do Incra, que teme represálias, a área ainda que tenha sido extremamente devastada, resguarda vários hectares de castanheiras mais adentro das fazendas, da onde Souza retiraria a matéria prima.

Souza é dono da Ipanguaçu Madeiras LTDA, bem como do Jurity Agropecuária, que compreende três grandes propriedades no Estado do Pará, as fazendas Bom Jardim, Ouro Branco e Princesa do Vale.

O envio de pistoleiros para região teria se realizado na forma de consórcio, como se chama habitualmente no Pará, onde Souza arrecadou junto á vários latifundiários dinheiro para bancar a pistolagem contra as famílias acampadas e eliminar lideranças Sem Terra no estado paraense nos próximos dias.